quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Queridos amigos,

Já faz tempo que não dávamos noticias neste espaço, mas não estamos esquecidos. Celebrámos o Natal e vivemos juntos bons momentos na Festa da Natal. Entrámos no novo ano e agora é tempo de voltarmos às nossas rotinas diárias e com elas, os encontros de catequese.
Escolhemos hoje para voltar aqui, por ser um dia diferente e importante. A Igreja celebra hoje o dia de S. Vicente, nosso Santo Padroeiro.

Aqui fica apenas a lembrança que hoje celebra-se Missa às 21h na Igreja Paroquial.

Segue um pequeno excerto do artigo do SNPC sobre este Santo que vale a pena ler.

E para ler na integra: S. Vicente, diácono e mártir: http://www.snpcultura.org/sao_vicente.html

S. Vicente é o mais célebre dos mártires hispânicos, o único que se encontra incorporado na liturgia da igreja universal. O seu dia celebra-se a 22 de janeiro. 
Desde muito cedo foi objeto de um culto amplamente difundido. Já o grande poeta Paulino de Nola, que viveu na segunda metade do século IV e na primeira do século V, lhe atribuía o mesmo estatuto que o de S. Ambrósio em Itália, ou o de S. Martinho de Tours na Gália. 
 ...  é evidente a espantosa difusão que o culto a S. Vicente alcançou nos séculos anteriores à nossa nacionalidade. Ora, sucede que os inícios do reino de Portugal, e, em particular, a cidade de Lisboa, estão indissociavelmente ligados ao diácono de Saragoça.
Já antes da conquista de Lisboa por D. Afonso Henriques, temos notícia da existência de basílicas dedicadas ao mártir no que será mais tarde território português. Um documento do ano 830 (seguido de dois outros de cerca de 90S e do ano 911) refere uma igreja dedicada a S. Vicente em Infias, Braga, que poderá remontar ao século VII. Em 972, documentação referente ao mosteiro do Lorvão menciona uma igreja nas imediações de Coimbra; documentos dos anos 970 e 973 aludem a uma Porta de S. Vicente, nos limites das terras de um mosteiro designado "de Bacalusti", nas margens do rio Douro; em 978 e 1002 refere-se uma igreja de S. Vicente "de Pararia".
... Mas o que liga intrinsecamente Lisboa a S. Vicente é a chegada das suas relíquias ocorrida em 1173. 
... Relembre-se apenas, no início do século, Braga e Compostela, que se dedicaram à disputa da posse de corpos santos.
Neste contexto, em 1173, de acordo com um texto de finais do século XII ou do século XIII da autoria de Estêvão, chantre da catedral de Lisboa, e que segundo Aires Nascimento, corresponde ao momento da instauração do culto na diocese de Lisboa, um anónimo alerta para a existência do corpo do mártir na ponta do Algarve, em mãos dos infiéis. No dia 15 de setembro, as relíquias chegam a Lisboa, ficando na igreja de Santa Justa, antes de se recolherem no dia seguinte na Sé, com a oposição da igreja real de S. Vicente. O mártir de Valência tornou-se assim o padroeiro de Lisboa, sendo o dia da chegada do seu corpo celebrado na liturgia e em animadas festas populares (15 de setembro). E este dia, que no século XIX mudou para 16 de setembro, foi comemorado até recentemente.
A memória de S. Vicente, padroeiro principal do patriarcado de Lisboa e da diocese do Algarve, é evocada pela Igreja a 22 de janeiro. Neste dia, no ano 2000, o atual patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, recebeu a ordenação episcopal.
Paulo Farmhouse Alberto
In "Santos e Milagres na Idade Média em Portugal", vol. I, ed. Centro de Estudos Clássicos - Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
Publicado em 21.01.2015