sábado, 1 de novembro de 2014

Encontro com D. José Traquina 
Bispo Auxiliar da Diocese de Lisboa

Foi com grande satisfação e alegria que hoje recebemos a pessoa e as palavras do Sr. D. José Traquina no seio na nossa comunidade.

Com uma linguagem muito simples e acessível, escutámos e muitos de nós aprendemos com certeza, o que é um Sínodo e um Concílio, o que os distingue, quando e como cada um pode ser convocado e por quem e ainda o sentido que cada um tem dentro da Igreja, com o seu resultado ou produto final.

Mas mais interessante foi a pergunta que fez a cada um dos presentes:

Imaginem que caía à terra uma nave com extraterrestres e vêem um grupo de pessoas (católicas) reunidas. Vão ter com elas e perguntam-lhes:  
- Quem são vocês? E o que fazem aqui?
- Bem, nós somos católicos e estamos aqui porque isto é uma Igreja!
- E o que é isso de Igreja? perguntam os extraterrestres 

E que resposta damos nós à pergunta:   O que é a Igreja? 

Resposta difícil de dar!  Mas aos poucos, lá foram surgindo algumas ...

... Amor, Felicidade, Partilha, Caridade, Verdade, Humildade, Jesus Cristo, Proximidade

Explicou então o Sr. Bispo ...

... do Concílio Vaticano II (1962) saiu um documento - A Constituição Dogmática sobre a Igreja "Lumem Gestium" que traduzido quer dizer: Luz das Gentes/Povos

O capítulo I deste documento começa por dizer que a Igreja é Mistério - Não com o sentido que normalmente lhe damos como sendo algo que desconhecemos, ou não podemos dizer, mas antes, como sendo Mistério de Deus, ou seja, desígnio de Deus, vontade de Deus. A Igreja não nasce da vontade e fruto do trabalho dos homens. A Igreja nasce, porque assim Deus quis. Por isso nós dizemos que acreditamos na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica. 

Depois no capítulo II diz que a Igreja é o Povo de Deus  

e só no III capítulo é que fala na Constituição Hierarquica da Igreja 

Todas as suas palavras levou-nos a despertar para quê?

A Igreja é Santa, criada por Deus, cujos membros são o Seu Povo e que tem à sua cabeça Jesus Cristo.

É neste sentido que todos somos chamados a reflectir sobre a nossa responsabilidade como membros desta Igreja. Somos chamados a repensar o nosso modo de viver e de agir como cristãos.  

Citando o ponto 2. e 3. da Introdução da Exortação Apostólica do Papa Francisco "Evangelli Gaudium":

"2. O grande risco do mundo atual, com a sua múltipla e avassaladora oferta de consumo, é uma tristeza individualista que brota do coração comodista e mesquinho, da busca desordenada de prazeres superficiais, da consciência isolada. Quando a vida interior se fecha nos próprios interesses, deixa de haver espaço para os outros, já não entram os pobres, já não se ouve a voz de Deus, já não se goza da doce alegria do Seu amor, nem fervilha o entusiasmo de fazer o bem. Este é um risco, certo e permanente, que correm também os crentes. Muitos caem nele, transformando-se em pessoas ressentidas, queixosas, sem vida. Esta não é a escolha de uma vida digna, plena, este não é o desígnio que Deus tem para nós, esta não é a vida no Espírito que jorra do coração de Cristo ressuscitado.

Diz ainda o Papa Francisco

3. Convido todo o cristão, em qualquer lugar e situação que se encontre a renovar hoje mesmo o seu encontro pessoal com Jesus Cristo (...) Somente graças a este encontro - ou reencontro - com o Amor de Deus, que se converte em amizade feliz, é que somos resgatados da nossa consciência isolada e da autorreferencialidade. Chegamos a ser plenamente humanos, quando somos mais do que humanos, quando permitimos a Deus que nos conduza para além de nós mesmos a fim de alcançarmos o nosso ser mais verdadeiro... "

Pensemos nisto, respondendo ao convite do nosso Papa, participando no desafio que o nosso Patriarca D. Manuel Clemente lançou à Diocese de Lisboa, reflectindo sobre os temas desta Exortação, ao mesmo tempo que vamos indo ao encontro, ou reencontro com Jesus Cristo.

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